terça-feira, dezembro 06, 2005

Mangas arregaçadas – Análise problemática

São poucos os países que se podem dar ao luxo de ter um candidato presidencial que “nunca se engana e raramente tem dúvidas”. Portugal, neste ano de 2005, foi finalmente bafejado por essa sorte. Um candidato que nunca se engana e, acima de tudo, está disposto a arregaçar as mangas em proveito do País… convenhamos, é nobre!
Deixei-me sensibilizar pelo facto de o ouvir pedir ajuda aos Portugueses, no sentido de melhor levar a cabo a sua missão Presidencial. Ora essa…Todos nos imaginámos indignos de lhe……………… quanto mais de o ajudar, fosse naquilo que fosse. Obrigado, Senhor candidato. Renova em nós a esperança, há muito adormecida, de podermos ser úteis a alguém com as suas ímpares características.
Pelo que diz, vale a pena ajudá-lo nesta sua batalha. Não duvido. A hipótese de sermos todos vencedores e, desta forma, conseguirmos levar o País a entrar numa nova fase da sua vida, afigura-se-me tentadora. Se algum dia a sua agenda permitir, explique-me Senhor candidato que fase poderá ser essa… pois a idade dos porquês nunca me abandonou e a minha persistente esperança, com os anos, teima em esmorecer…
De qualquer forma, é sempre saudável ver alguém disposto a renovar em nós a confiança e o optimismo. Acredite, faz-nos falta. E mais nos toca quando dito por alguém que insiste em relembrar as suas origens humildes, quando ainda nem mangas teria para arregaçar. Não foi, portanto, um daqueles casos que nasceu em bom berço. Se chegou onde chegou, foi à custa de muito pulso… pulso esse que o fez subir, não só a si, mas a um variado leque de candidatos de outras áreas, que se souberam manter em cima enquanto o senhor se eclipsava.
Adiante… De qualquer forma, a sua preocupação em dar a todos os Portugueses as mesmas hipóteses de ascensão não será passível de originar, num futuro próximo, uma corrida em massa às candidaturas presidenciais? Estaremos vivos para assistir ao dia em que existirem mais candidatos que cidadãos? Todos eles a não se enganar e raramente terem dúvidas? Todos eles a arregaçarem mangas nos momentos de dificuldade nacional?... E porque não… o estado democrático prevê a igualdade...
De louvar igualmente a sua determinação na união entre os povos bárbaros do norte e os primitivos do sul… Concordo. Não podemos fazer distinção…Nascemos todos debaixo do mesmo sol… não podem haver Portugueses de primeira e de segunda.
Mais uma vez as suas mangas arregaçadas hão-de ser decisivas, qual culturista a impor respeito na porta da discoteca. E, quem sabe, se o País se transformar numa enorme discoteca, com os óbvios ex-governantes na gerência, talvez seja possível atrair de forma mais substancial a nossa tresmalhada fé Lusitana desde que, claro está, não nos obriguem a pagar à porta…
Creia-me, senhor candidato, serão essas mangas arregaçadas que o distinguirão dos demais… pois se nenhum deles teve pulso para subir, nenhuma curiosidade nos desperta o resto do membro…
O seu caso é diferente. São os seus membros superiores que lhe dão a necessária convicção para ajudar o governo na hercúlea tarefa de modernizar o País. E, caso essa modernização exceda o enfeite das nossas avenidas com bolinhas de Natal, fique seguro que é a si, ao seu punho e às suas mangas arregaçadas, que devemos semelhante avanço. Senhor candidato, tem em mim um amigo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Finalmente depois de tanto tempo da sua visita em meu blog consegui abrir tua página para lhe retribuir, gostei muito deste lugar aqui e virei sempre nele!!! A vida toda passamos questionando e analisando os nossos problemas, as nossas situações e tudo que descobrimos é mais interrogação! Abraços!