segunda-feira, janeiro 02, 2006

Pele de cordeiro - Análise problemática

Dizia a minha saudosa Avó que o lobo não deixa de ser lobo por se vestir de cordeiro. Bem, devo confessar que sempre me soou a frase feita, daquelas que a cultura popular teima em sustentar… mas actualmente, sou forçado a reconhecer a actualidade de tão antigos ditos.
Vejamos: em plena época de campanha eleitoral, um dos candidatos sugeriu algo que à priori ultrapassaria as suas funções como eventual futuro Presidente da Republica (facto agravado por ainda ser candidato ao cargo) e foi de imediato, qual prostituta de passagens bíblicas, apedrejado por todos os outros.
Permitam-me o parêntesis: só num Pais onde nada de interesse se passa, conseguimos arranjar paciência para nos debruçarmos sobre estes temas enfadonhos… mas adiante, que é para isso que me pagam. Então, perguntarão, não é legítimo a um candidato vestir uma outra pele, só para ver como encaixa? Ao fim ao cabo, é um ser humano com os seus gostos e vaidades... Por mim, caro leitor, pode até vestir um fatinho de marujo… no entanto, pela oposição, qualquer pelezinha de cordeiro é reveladora do seu insaciável apetite por tenras lideranças. E a si, que lhe parece? … Faça saber a nossa redacção das suas conclusões.
“Tais sugestões apenas demonstram que a sua avidez governativa ainda está bem presente”, afirmam aqueles que só têm uma pele para vestir e “o referido candidato vê o seu hipotético posto Presidencial como forma de conseguir governar aquilo que nos seus tempos de política se esqueceu de fazer”… Realmente, têm tanto de imaginativos como de mauzinhos… Não pode dar um ar de sua graça sem que o País lhe caia em cima? … E será legítimo criticá-lo? É um lobo… já todos sabíamos… e aos lobos é permitido sugerir ao governo o acompanhamento e vigilância das empresas estrangeiras, ou não é?... Só adversários picuinhas poderiam encarar estes generosos repentes de partilha governativa como réstias de defunta liderança governamental… francamente… não é visível a pele de cordeiro que o envolve?...Olha que vocês… Será que ainda os verei, por um destes dias, a discutir o correcto entendimento das competências presidenciais?... Não é impossível. Aliás, parecem-me visíveis alguns equívocos… mas, quem sou eu…
Claro que, como já referi, os insensíveis adversários aproveitaram o seu deslize para o apedrejar. Inglória tentativa: nada o demoveu. Conseguiu evitar todos os golpes, esguio como um verdadeiro político, e ainda sensibilizar com a sua principal preocupação: O desemprego do País, a nível geral, e o seu emprego, a nível particular.
E quando alguém da assistência interrompeu o esbaforido debate, qual meninos rabinos de infantário, aproveitou para referir que nada o impede de contar “como se fazem as coisas lá fora”, e se os referidos adversários tomam isso como conflito de poderes, só vão conseguir despoletar novamente aquele amuado silêncio com que recentemente nos brindou. Ò meus amigos… É isso que querem? Vá lá… não sejam ruins… um candidato tem direito a falar… Deixem o homem em paz …ou acham estar nas suas prontas intenções governar o secretamente País, à laia de ocultado mafioso Siciliano?... Não me parece... mas, nunca descurem uma boa pele de ovelha…

1 comentário:

Felina disse...

Não concordo com o exagero da pontuação!
Para uma ideia ser correctamente exprimida, temos que nos servir dela, para que o leitor apreenda a ideia exacta do que se quer transmitir!
Estou a adorar o seu blog.