sexta-feira, janeiro 17, 2014

Bebés a metade do preço – Análise problemática

É indiscutível! Fazer compras em terras Espanholas é uma belíssima forma de poupança. Já todos o sabíamos! Desde o caramelo à gasolina, tudo é substancialmente mais barato no País vizinho.

Querem saber? Se a maioria da nossa população residisse perto da fronteira, ao invés do litoral, já há muito teríamos fechado as portas e já há muito que o nosso comércio se teria volatilizado… Enfim…

De qualquer forma, não só o povo reconhece esta vantagem comercial. A própria classe governante está cada vez mais rendida à competitividade económica dos “nuestros hermanos”, tanto que optou por encerrar algumas maternidades, alegando as referidas questões económicas, e transferir as nossas grávidas para Badajoz!...Olé!...
Pronto, é o início da debandada… começou agora. Se vamos nascer a Espanha, o melhor é ficar logo por lá, ou pelo menos aproveitar o carrinho do Bebé para o encher de compras no supermercado.
Claro que se podia aproveitar e tentar a segunda nacionalidade só que, infelizmente, os nossos vizinhos não nos facilitam a coisa a esse ponto. Vá-se lá perceber… Paciência.

De qualquer forma, fazer nascer os petizes em Espanha é uma pechincha. Segundo consta, em Elvas o parto custa cerca de 3000€ enquanto que em Badajoz se fica pelos 1900€. Uma espécie de saldos… não do “corte Inglês” mas do corte do cordão umbilical.

Faz sentido e já estamos habituados a estes desníveis económicos.
Não ficaria até mais barato encerrar todo o parlamento e deixar Madrid tomar conta do assunto? Com certeza que sim… podia ser até que os ordenados subissem, e que a maioria dos preços descesse… ou isto são “bocas foleiras”?... Talvez. Perdoem-me o mau feitio…
Já agora, pergunto: Não sairia também mais barato transferir os funerais para Espanha? Imagino as funerárias a oferecer calamares e sevilhanas aos desgostosos familiares durante a cerimónia… tudo ficaria mais alegre e é claro que, desgosto por desgosto, sempre seria um desgosto mais económico… o que está de acordo com os nossos conceitos de economia, por muito básicos que sejam! Poupança, a quanto obrigas…

Bem… se nascer por lá é mais barato e se morrer também pode ser, só nos falta a parte existencial, ou seja, viver! Porque será que o governo não nos encaminha também para lá viver? Explico porque não: Quem é que então pagaria os abençoados impostos que, com mais umas ajudas de Bruxelas, ainda permitem que este País ainda se arraste por mais algum tempo?

Pois é, caros contribuintes… Podem lá ir nascer e morrer mas de resto evitem lá passar porque não há nada de interessante nem de vantajoso... Quem é que quereria, por exemplo, comprar um carro a metade do preço? Ninguém, é claro… seria uma atitude pouco chique. Ninguém nos pode tirar o Lusitano prazer de contribuir para a economia do País através do nosso vistoso imposto Automóvel. É um direito que nos assiste… Claro que fazer as compras no supermercado e poupar 40% na factura é igualmente um pensamento que só existe nas ideias da classe média. Por cá, gostamos de pagar mais, mas de ter a consciência que contribuímos para as reformas da nossa classe governante. É outro prazer que nos assiste…

Assim sendo, dar início à nossa descendência em território nacional também poderia ser um prazer que nos assiste… mas não. Vão nascer longe, caros Portugueses e apareçam quando puderem fazer parte da população activa.

Para finalizar, aqui fica um pedido desculpa aos meus queridos e lusitanos leitores pois calculo que de esta minha “análise” se possa denotar alguma ausência de Patriotismo. Não. Creiam-me, não. Adoro o meu País, com os eléctricos, as eternas obras da Praça do Comércio, o fado e as sardinhas… por isso vos peço, excelentíssimos senhores governantes, não maltratem o meu ainda inalterado amor por Portugal… Só quero que compreendam que as minhas bases começam a ceder…

1 comentário:

Poesia Portuguesa disse...

Pois é... eu só gosto mesmo é de... made in Portugal... ;)